O surgimento da mídia digital teve impacto nas questões políticas, econômicas, culturais e em várias outras áreas da vida pública. Para algumas pessoas, o surgimento e o crescimento das mídias digitais, deu mais transparência às informações. Mas será que isso é mesmo verdade, será que hoje temos mais transparência para que possamos fazer nossas escolhas e tomar as nossas decisões. Eu penso que não, o mundo digital que nos cerca é um universo paralelo, um metaverso da realidade, nós vivemos hoje, no mundo da transverdade.

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Na minha opinião, essa transparência é questionável, pois da mesma maneira que temos nas mãos hoje em dia ferramentas mais modernas e poderosas para checagem dos fatos, temos também, mais pessoas e grupos empenhados em defender seus próprios interesses criando narrativas paralelas da realidade.

O mundo digital que nos cerca é um universo paralelo, um metaverso da realidade, nós vivemos hoje, no mundo da transverdade.

Vivemos o que eu chamo de Utopia da Informação, acreditamos, que por termos um volume nunca visto de conteúdo sendo produzido e publicado todos os dias nas plataformas digitais, que estamos em um mundo mais transparente, quando na verdade, vivemos em mundo mais obscuro, confuso, dúbio, volátil e fluido.

O volume imenso de informação que nos cerca, serve mais para confundir do que para esclarecer, ficamos reféns do Lixo Digital produzido em massa por milhões de pessoas em todo o mundo, que acreditam no fundo das suas almas, que qualquer idiotice que elas têm a dizer é relevante para o futuro da humanidade.

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Como falar de transparência quando milhares de blogs tendenciosos estão empenhados em publicar conteúdos que são pensados, planejados e construídos apenas para desconstruir a verdade dos fatos e moldá-la para atender seus próprios interesses. O jornalismo ético, sério, feito com profissionalismo está vendo o seu maior patrimônio, a credibilidade, sendo delapidado diante dos seus olhos.

A sociedade não sabe mais em quem acreditar, não sabe mais que vozes devem ser ouvidas, as pessoas comuns estão perdidas em meio a uma maré de desinformação produzida em série de maneira intencional e calculada para produzir reações e induzir comportamentos.

A sociedade não sabe mais em quem acreditar, não sabe mais que vozes devem ser ouvidas, as pessoas comuns estão perdidas em meio a uma maré de desinformação

O público, a audiência, o leitor está entrando em um estado de letargia mental, as pessoas estão vivendo dentro das suas próprias bolhas de informação, induzidas pelos mecanismos de busca que reforçam as suas visões de mundo apresentando conteúdos que apenas fortalecem as ideias que já existem em sua mente, sem produzir o debate e o diálogo intelectual que nasce da pluralidade de pensamentos.

Se podemos chamar isso de transparência, eu não sei mais o que é obscuro, portanto, o que eu penso, é que não adianta ter toda a tecnologia do mundo e os recursos mais avançados para checar os fatos, se as pessoas envolvidas na produção de conteúdo não estiverem comprometidas com a verdade.

Transparência não tem nada a ver com mídia, transparência, tem a ver com seu padrão de ética e com seu nível de compromisso com a verdade

Transparência não tem a ver com o tipo de mídia que você utiliza para veicular as informações, não importa se a mídia que você usa é digital ou analógica, transparência não tem nada a ver com mídia, transparência, tem a ver com seu padrão de ética e com seu nível de compromisso com a verdade.

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Autor: Prof. Jorge Menezes é palestrante, jornalista, escritor, colunista nas áreas de empreendedorismo e negócios. CEO da Radar Executivo Business School, Head of Content da Revista Radar Executivo, Apresentador do Canal Radar Executivo no YouTube e do Podcast Radar Executivo no Spotify. É autor de vários best-sellers: Aprenda a Negociar com os Tubarões® (2013), Transformando Networking em Negócios® (2015) e O Código Secreto da Venda® (2020) todos publicados pela Editora Alta Books.