O PIOR ELEITOR DO MUNDO
A primeira coisa que eu quero deixar claro é que eu não estou aqui para defender nenhum candidato e nenhuma ideologia, o meu objetivo é simples, o meu objetivo é fazer uma análise crítica do perfil do brasileiro como eleitor, ou seja, como alguém que analisa informações, faz um escolha e toma uma decisão. Os critérios para essa análise são meramente pragmáticos, os critérios da minha analise não são políticos, não são religiosos e não são ideológicos.
Os pontos que eu vou abordar daqui para frente seguem apenas o padrão de voto que eu localizei nas eleições que aconteceram no Brasil nos últimos 30 anos, padrões que tem como base uma análise comportamental, sociológica e histórica das escolhas que o conjunto da sociedade brasileira tem feito, esta análise tem como base o perfil dos candidatos eleitos no Brasil para o cargo de Presidente da República nos últimos anos.
Tomando como base o perfil dos candidatos que concorreram a presidente nos últimos anos e o perfil dos candidatos que foram efetivamente eleitos pelo voto democrático, surgiu em minha mente um padrão, um perfil de comportamento do brasileiro diante da urna no momento do voto. Esse comportamento do eleitor brasileiro tem se repetido em todas as últimas cinco eleições para presidente.
Analisando o comportamento do voto dos brasileiros e o perfil dos candidatos que foram eleitos nesses últimos 30 anos é muito fácil enxergar um padrão de escolha, é muito fácil perceber quais são os critérios que o brasileiro segue para escolher o seu presidente, e foi com base neste padrão que eu selecionei os dez itens que fazem do brasileiro o piro eleitor do mundo. É muito importante dizer que esse comportamento do eleitor brasileiro, na maioria das vezes, não segue a critérios racionais e lógicos, na sua maioria, os brasileiros votam em seus candidatos movidos pela emoção.
Os brasileiros usam como critério para a decidir o seu voto valores muitas vezes subjetivos, nós usamos critérios idealizados do que séria um bom presidente, as nossas escolhas nas urnas não levam em conta critérios práticos e objetivos, como eleitor, o brasileiro é passional, irracional, subjetivo e ideológico, dito isso, vamos partir para analisar cada um dos dez pontos, que na minha visão, fazem do brasileiro o pior eleitor do mundo.
1- O brasileiro não vota em um candidato, o brasileiro vota em uma ideologia.
O brasileiro não vota em um candidato, o brasileiro vota em uma ideologia. Na maioria das vezes usamos como critério a ideologia defendida pelo candidato para fazer a nossa escolha e direcionar o nosso voto, o brasileiro não avalia o candidato em si e as suas propostas, o brasileiro avalia se o candidato defende ou não a ideologia que ele acredita. Escolhemos votar na pessoa que defende a mesma corrente ideológica que nós defendemos, e esse, na maioria das vezes, não é um critério inteligente quando se tratar de escolher o dirigente de um país.
2- O brasileiro mistura questões políticas com questões religiosas.
Boa parte do eleitorado brasileiro escolhe o seu presidente tendo como base critérios de ordem religiosa, as pessoas votam na religião que o candidato alega defender e não no seu plano de governo ou nas suas propostas para resolver os problemas mais urgentes do país. É importante lembrar que estamos escolhendo um presidente e não um pastor, um bispo ou padre que vai estar a frente de uma ordem religiosa. A crença religiosa não deveria ser um ponto importante na escolha de um candidato a presidente.
3 – O brasileiro vota em personagens e não em candidatos reais.
Candidatos que possuem uma aparência física que transmite força, poder, sabedoria ou que incorporam personagens que vivem em nosso imaginário eleitoral, como por exemplo : o salvador da pátria, o senhor de engenho, o messias, o bom velhinho, o pai dos pobres terminam sendo eleitos, não porque tem propostas melhores, mas porque assumiram um personagem durante as suas campanhas que têm a ver com o imaginário popular sobre o que é um bom líder. Não podemos votar pelas aparências, em política, na maioria das vezes, o lobo veste a pele do cordeiro para se eleger.
4 – O brasileiro vota por exclusão.
Nas últimas eleições o brasileiro elegeu candidatos não porque acreditasse que eles eram as melhores opções para o país, o brasileiro vota por exclusão, ou seja ele vota em um candidato para que outro candidato não seja eleito. Votar por exclusão é votar em uma pessoa para evitar que outra ganhe a eleição, é votar para evitar um dano maior. Essa prática do voto pela exclusão, tem causado danos irreparáveis ao Brasil, nós temos votado não nos melhores candidatos segundo a nossa visão, nós deixamos de votar em um bom candidato e votamos em outra pessoa apenas porque essa outra pessoa tem mais chances de concorrer e vencer outro candidato que nós rejeitamos e não queremos ver eleito de jeito nenhum.
5 – O brasileiro vê o processo eleitoral como uma competição.
O brasileiro não vota no melhor candidato, o brasileiro vota naquele candidato que tem mais chances de ganhar a eleição, talvez seja por isso que chamamos as eleições de corrida eleitoral. O brasileiro ainda não entendeu, que em uma democracia, ninguém nunca sai derrotado de uma eleição, em uma democracia todos saímos vencedores, porque cada um de nós teve a oportunidade de expressar a sua vontade com liberdade através do seu voto. Independente se o seu candidato for eleito ou não.
6 – O brasileiro vota em quem fala com paixão.
O eleitor brasileiro gosta de escolher candidatos que defendem as suas ideias de maneira passional, emocional e agressiva. Um candidato pacífico, calmo, centrado e educado tem poucas chances de ser eleito no Brasil, não importa se o candidato que fala com paixão é autoritário, corrupto ou incompetente, o critério da comunicação tem um peso muito grande para a maioria dos eleitores brasileiros. O brasileiro costuma votar no candidato que ganha o voto no grito, votamos em quem fala mais alto e impõe a sua voz, a sua visão e a sua narrativa dos fatos para as outras pessoas.
7 – brasileiro vota de maneira imediatista
Quando o eleitor brasileiro vota, ele vota pensando em resolver seus problemas mais imediatos, ele não vota pensando no que é melhor para o país como um todo, nem pensando no que seria melhor no longo prazo. Como eleitores somos imediatistas, e por conta disso, muitas vezes elegemos candidatos apenas pelas suas promessas de campanha e não com base no seu plano de governo ou no que ele pode fazer por áreas que são estratégicas para o crescimento do país como tecnologia, ciência, educação e contas públicas. Na atual situação de miséria do povo brasileiro, vence a eleição o candidato que prometer emprego, comida na mesa, transporte público de qualidade e saúde.
8 – O brasileiro não discute propostas, o brasileiro defende opiniões.
O eleitor brasileiro não discute as propostas dos candidatos, o brasileiro discute opiniões, opiniões são pessoais e cada um tem o direito de ter a sua, mas propostas tem que ser avaliadas com base em critérios técnicos. Temos que aprender a colocar a nossa opinião pessoal sobre o candidato de lado, temos que começar a avaliar as suas propostas de governo e as suas ações de maneira prática e objetiva. A maioria das pessoas vota e elege um presidente sem saber qual é o seu plano de governo e as suas propostas reais para áreas importantes para o crescimento econômico, para elevação do padrão de renda e para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros.
9 – O brasileiro só escuta o que ele quer ouvir.
O eleitor brasileiro só escuta um lado da história, em geral, o lado que está alinhado com a opinião que ele já tem formada sobre o tema. Não temos o hábito de buscar informações de maneira independente e isenta, não temos o costume de ouvir todos os lados da questão de maneira ampla antes de formar uma opinião. Nós ouvimos apenas aquilo que queremos ouvir, não importa se todas as evidências e fatos apontam para outra versão da história, o brasileiro fica surdo para tudo que o desagrada ou que vai contra aquilo que ele defende e acredita, isso é péssimo para democracia e cria barreiras imensas para elevar o nível do debate político no país.
10 – O brasileiro não acredita em fatos, o brasileiro prefere acreditar em promessas.
O eleitor brasileiro prefere acreditar em promessas de campanha do que em fatos, inclusive, nos acostumamos com a ideia de que o candidato pode falar o que quiser quando está no “palanque” antes de ser eleito, porque afinal de contas, são apenas promessas de campanha e a gente como eleitor aceita a ideia de que as promessas de campanha existem para não serem cumpridas. As promessas de um candidato deveriam ser encaradas como compromissos assumidos e não como “efeitos especiais” de campanha que depois podem ser simplesmente alterados ou esquecidos.
Espero que estes dez pontos tenham lhe ajudado a repensar o seu mindset eleitoral e possam lhe ajudar a rever as suas ideias e opiniões para que na sua próxima eleição, o seu voto possa ser muito mais isento, técnico e baseado em critérios de escolha muito mais inteligentes.
Autor: Prof. Jorge Menezes é palestrante, jornalista, escritor, colunista nas áreas de empreendedorismo e negócios. Apresentador do Canal Radar Executivo no YouTube e do Podcast Radar Executivo no Spotify. É autor de vários best-sellers: Aprenda a Negociar com os Tubarões® (2013), Transformando Networking em Negócios® (2015) e O Código Secreto da Venda® (2020) todos publicados pela Editora Alta Books – Contato: (81) 9 9119-5002 Whatsapp
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