ASSERTIVIDADE NOS NEGÓCIOS

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Uma pessoa assertiva quando comete erros, assume a responsabilidade e vai em busca da solução sem culpar outras pessoas. Assertividade nos negócios, esse é o tema deste nosso artigo.

Como muitas coisas na vida, a assertividade, precisa ser vivida em etapas, para que o ciclo da assertividade seja virtuoso temos de seguir alguns passos

Existe muita polêmica ao redor do conceito de assertividade. Parece incrível, mas existem ainda muitas pessoas que acreditam que assertivo é “acertar”; outras pessoas conhecem o conceito, mas na prática, agem na tentativa de serem assertivos, escolhem uma postura agressiva, tipo “sincero até demais” ou uma postura passiva tipo “bonzinho demais”, ou seja, o agressivo peca pela falta de empatia e o passivo exagera na dose da empatia.

Essa confusão no ambiente corporativo, muitas vezes, é causada pela própria cultura organizacional que deseja agilidade nos resultados, mas possui uma gestão baseada na “vitimização e busca de culpado” e, por outro lado, exige uma “postura assertiva” dos seus profissionais na solução dos problemas.

 

Então o que é assertividade negócios? Assertividade negócios significa fazer uma afirmação firme baseada na verdade. Ser assertivo é ter a capacidade social de expressar livremente, com responsabilidade, autoconfiança e respeito, as suas ideias, seus sentimentos e suas expectativas nos diversos relacionamentos, sem rodeios, sem constrangimento, sem ansiedade e sem ferir o outro.

Ser assertivo é ter a capacidade social de expressar livremente, com responsabilidade, autoconfiança e respeito, as suas ideias, seus sentimentos e suas expectativas. Isso é assertividade nos negócios.

Uma pessoa que possui assertividade nos negócios quando comete erros, assume a responsabilidade e vai em busca da solução sem culpar outras pessoas. Ser assertivo é dizer e fazer a coisa certa, para a pessoa certa, na hora, no local e da maneira certa. Esse tipo de qualidade nos coloca em movimento, faz a pessoa caminhar para frente em busca dos seus objetivos, fortalecendo a sua confiança pessoal e a sua autoestima.

Como muitas coisas na vida, a assertividade nos negócios, precisa ser vivida em etapas, para que o ciclo da assertividade seja virtuoso temos de seguir os seguintes passos: enfrentamento da situação, atingimento do objetivo, feedback positivo e autoconfiança para agir novamente. Assertividade é um ingrediente de extrema relevância e gera impactos positivos na confiança entre as pessoas e na construção de um ambiente psicologicamente seguro para os relacionamentos.

O que é interessante entender, é que a assertividade negócios, é um ingrediente extremamente relevante para as competências sociais que pode determinar o sucesso de um profissional e de uma empresa como um todo no mundo atual, pois todos ganham quando agimos de maneira assertiva.

Uma pessoa assertiva quando comete erros, assume a responsabilidade e vai em busca da solução sem culpar outras pessoas

No que diz respeito ao ambiente empresarial os benefícios são muitos: negociadores com uma visão ganha-ganha, uma gestão de conflitos mais eficaz, resolução de problemas com imparcialidade na análise do contexto e das situações, criação de um ambiente propício para a inovação e a criatividade, decisões mais lúcidas e imparciais, formação de uma cultura de feedback na empresa, trabalho em equipe mais dinâmico e saudável.

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Além de tudo isso já mencionado, podemos citar também: o equilíbrio emocional com impacto direto na objetividade e no foco, agilização dos processos e das ações com foco na solução, a formação de pessoas com pensamento crítico, imparcialidade na análise do contexto e das situações, e por fim, mas não menos importante, podemos citar a autoconfiança da equipe e a coragem das pessoas na hora de enfrentar os desafios.

Todos nós, encontramos pelo caminho situações difíceis onde gostaríamos de dizer o que pensamos e sentimos para determinada pessoa. Só que a maioria de nós, prefere se calar e recuar para não criar conflito, permanecendo em uma aparente zona de conforto. Outros decidem não levar desaforo para casa, decidem não usar mais seu freio emocional acabam agravando a situação. Mas o que estas duas situações podem nos ensinar?

A maioria de nós, prefere se calar e recuar para não criar conflito, permanecendo em uma aparente zona de conforto

A sensação que temos, é que perdemos a nossa autonomia emocional, comportamentos como não expressar o que realmente você pensa e deseja; ficar sempre em cima do muro em momentos que exigem firmeza nas decisões; desconfiar de tudo e todos, enxergar as coisas, as situações e as pessoas com o viés do medo ou da raiva excessiva são reflexos de posicionamentos defensivos, em virtude das pessoas acreditarem e enxergarem as interações humanas como ameaças constantes.

Isso na verdade é pura falta de assertividade, o que afeta diretamente o nosso equilíbrio emocional causando desconforto em nossos relacionamentos, seja com a família ou seja no trabalho. Cabe então, fazer a si mesmo, algumas perguntas: Eu estou no controle da minha própria vida? Aquilo que eu tenho planejado tem se tornado realidade? Quais foram os impactos positivos e negativos das escolhas que eu fiz no passado?  Eu tenho tomado decisões e feito escolhas de maneira consciente? Eu tenho sido assertivo ou defensivo nos meus relacionamentos?

Você só saberá o impacto de suas escolhas do passado, olhando como está sua vida no presente, somente tendo consciência dessas escolhas, é que você poderá daqui para frente, mudar o rumo de sua história para melhor. Agora, o que leva um profissional a ser assertivo ou não, diante de uma situação difícil? Quais são as posturas que uma pessoa deve adotar? Como devemos fazer nossas escolhas e tomar as nossas decisões?

Você só saberá o impacto de suas escolhas do passado, olhando como está sua vida no presente

Peço que você se imagine na seguinte situação:

Em um passado recente, você foi bastante elogiado pela sua performance no atingimento de excelentes resultados. Porém, você foi designado para um novo projeto, mas, durante o desenvolvimento, você se deparou com condições precárias para obter sucesso no seu trabalho, e por vezes, deixando-o muito inseguro na sua execução.

Mesmo assim, você tentou dar o seu melhor sem fazer reclamações sobre falta de informações, falta de apoio da direção e erros na configuração do projeto. Você preferiu ficar quieto, acreditando estar correto na sua postura de “se virar sozinho”. Ao final, você recebeu um feedback totalmente negativo, condenando a sua performance. Você se sentiu muito mal, e logo pensou na sua imagem perante todos. Você ficou bem arrasado.

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Num primeiro momento você sentiu um misto de raiva pela injustiça, vergonha e medo do que poderiam pensar a seu respeito. Como agir diante dessa situação? Você pode escolher dois comportamentos: ser defensivo ou ser assertivo. Se você agir por escolha inconsciente, impulsionado puramente por uma emoção aflitiva, tais como raiva e medo, é provável que você escolherá o comportamento defensivo e certamente se colocará na posição de vítima.

Se você escolher o comportamento agressivo, é provável que você cobrará as pessoas sobre o prejuízo que lhe causaram com a falta de informações e mal desempenho. (estratégia do ataque). Se escolher o comportamento passivo, é provável que você desistirá do projeto, pedirá desculpas pelo resultado ruim e por não atender às expectativas do seu gestor. Pode ser que você, inclusive, peça demissão, como uma forma de fugir da situação (estratégia da fuga).

Se escolher o comportamento passivo-agressivo, é provável que você “subirá no salto alto” e fará ironias com as pessoas, insinuando o quanto é difícil trabalhar com pessoas confusas e incompetentes. Poderá, inclusive, pedir demissão, como vingança, querendo com isso mostrar o quanto você é superior a todos e que não precisa desse emprego. Sabe aquela frase? “Esta empresa não me merece!!!” (estratégia da dissimulação).

Você talvez nem perceba, mas sua razão não estará no controle da situação e sim as suas emoções negativas, principalmente a raiva. Com a raiva permeando sua percepção, você tornará a realidade totalmente distorcida. Você vai se armar de mecanismos de defesa para sobreviver à sua dor emocional, causada pela sensação de incapacidade. Não quero dizer com isso, que medo e raiva sejam emoções ruins, mas aparecem como forma de proteção contra suas dores emocionais.

Você talvez nem perceba, mas sua razão não estará no controle da situação e sim as suas emoções negativas, principalmente a raiva

O que eu quero mostrar é que, em uma situação como esta, medo e raiva podem facilmente fisgá-lo e levá-lo para um caminho defensivo, caminho esse, onde suas reações serão improdutivas e causarão um estrago à sua autoestima, alimentando-a com vingança, mágoa e vieses que enganarão sua autoconsciência.

Agora, voltando ao nosso exemplo, se você escolher conscientemente ser assertivo, provavelmente você agirá da seguinte forma: Você vai assumir que a situação lhe causou total desconforto e fará contato com sua raiva, medo e tristeza; você vai avaliar a situação para entender o que aconteceu, e assumir a responsabilidade pelos seus erros e entender a responsabilidade dos outros.

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Você vai precisar também, se preparar para um confronto assertivo com seu gestor, mas como você vai fazer isso? Primeiro, tenha compaixão consigo mesmo listando todas as realizações que você já alcançou para reforçar a sua autoestima de forma positiva; segundo, você deve aceitar que nessa situação você cometeu alguns erros causados por você e por terceiros; e terceiro, você deve pensar nas alternativas de solução a serem negociadas com seu gestor.

O que eu quero mostrar é que, em uma situação como esta, medo e raiva podem facilmente fisgá-lo e levá-lo para um caminho defensivo

As soluções negociadas nesse caso podem ser: no pior cenário, você sai do projeto; no melhor cenário, você realinha as expectativas e continua no projeto com o apoio do gestor com um novo alinhamento de suas responsabilidades. Agindo assim, você pode ter uma nova oportunidade de mudar o rumo da sua história e resgatar seu sentimento de competência.

Agora o mais importante, você deve encarar a situação de frente, deve se reunir com seu gestor para uma conversa decisiva, onde você vai ser sincero no seu posicionamento. Assumirá sua parte no problema e, sem acusação, deixará claras as dificuldades causadas pelos colegas, e juntos, tomarão uma decisão. No final, você vai sentir um grande alívio e orgulho da sua coragem de enfrentar uma situação difícil com a cabeça erguida.

Esta escolha consciente pela assertividade vai fortalecer os seus recursos emocionais, vai lhe dar resiliência para enfrentar outras situações de risco, e vai lhe ajudar a resolver aquilo que precisa ser resolvido. Você vai ver que vale a pena ser assertivo, portanto, não perca mais tempo, comece mapeando as situações e os relacionamentos nos quais você tem encontrado mais dificuldade. Avalie os seus pensamentos e identifique aqueles que estão bloqueando a sua coragem de assumir riscos, crie estratégias assertivas para resolver definitivamente essas pendências. Siga esses passos, crie uma nova história para sua vida pessoal e profissional.

 

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Vera Martins é mestre em comunicação, autora dos livros – Seja Assertivo e O Emocional Inteligente – ambos publicados pela editora Alta Books, atua como mentora de líderes, coach e consultora em desenvolvimento humano.

 

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